ESPETÁCULOS


"RELAMPIÃO"



foto: divulgação 

 

 “Pensaram que era o fim
do cangaço, mas o feito
maior tava pronto, seu nome
cravado feito aço, não tem
como crêr que tá morto,
olhando direito ele tá é bem
vivo, mataram o sujeito?
Pois criaram o adjetivo! Tá
cheio de Lampião por aí, só
falta alguém reluzir, acender,
trovoar, faltava eu dizer que
cheguei e não vou parar de
lutar!”

 Cia. do Miolo e a Cia Paulicea, nesse espetáculo, revisitam as histórias de Lampião – O Mito do Cangaço para aproximá-las das questões cotidianas de nosso tempo. O que há em comum entre a luta do cangaço e as lutas pela vida na contemporaneidade? Os grupos apostam, pois, em uma caatinga de concreto, em múltiplos Lampiões e Marias Bonitas revelados na dramaturgia deste espetáculo. O Espetáculo de Rua RELAMPIÃO tem como foco ocupar o espaço público artisticamente, ressignificando seus espaços de fluxo cotidiano e colocando o cidadão em relação ativa com a obra teatral. A peça parte do mito de Lampião para revelar os múltiplos Lampiões que cruzamos diariamente em nossas cidades, gente comum que luta para sobreviver em  meio a tantas desigualdades. O mito do cangaço no qual a peça RELAMPIÃO se inspirou revela muitos traços da cultura e da própria história do Brasil. A linguagem do espetáculo, dramaturgia, figurinos, músicas foram criadas a partir de uma pesquisa voltada para a Cultura Popular Brasileira: o cavalo marinho, o samba, as carrancas de São Francisco, os tipos populares do Brasil. Deste modo acreditamos que sua apresentação proporciona uma oportunidade singular pata que nossa cultura seja apresentada, discutida e experimentada.

FICHA TÉCNICA
Direção Alexandre Kavanji
Direção de Atores Renata Lemes
Dramaturgia Solange Dias
Direção Musical Charles Raszl
Figurino, Adereços
e Ambientação Luiz Augusto dos Santos
Preparação Corporal Alício Amaral e Juliana Pardo
da Cia Mundu Rodá
Maquiagem Guto Togniazzolo
Oficina de Interpretação Ednaldo Freire
Costureiras Cosma Cecília da Silva Soares e
Alice Correa
Artesão Luiz Paulino da Cunha
Fotos da Identidade Visual Augusto Paiva
Fotos do Espetáculo Arô Ribeiro
Designer Gráfico Pedro Penafiel
Sonorização e Técnico de Áudio Gabriel Kavanji

Atores/ criadores: Aysha Nascimento
Antonia Mattos (atriz e musicista)
Daniel Farias
Dudu Oliveira
Edi Cardoso
Francisco Gaspar
Harley Nóbrega
Músicos Daniel Rodrigues
Glauber Coimbra
Produção Executiva Alania Cerqueira
Produção Geral Iarlei Rangel

"Em caso de emergência Quebre o Vidro!”


  
foto: Luciana Ponce


Fruto de um ano e meio de pesquisa no projeto “Corpo Esgotado” contemplado na 22ªedição de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo, este trabalho nos levou amergulhar no corpo da cidade, a revelar seus esgotamentos, que também são os nossos.De corpo inteiro nos arremessamos nos braços da cidade, esta que nos foi mar,pedra, caco de vidro. Como investigadores ávidos por alguma pista, buscamos desvendar alguns espaços, nos misturamos ao fluxo da Cracolândia, navegamos de cima abaixo pelo minhocão na Av. São João, derivamos pelas ruas da Penha e Largo do Rosário, entramos em metrô lotado e paramos entre a Ladeira da Memória e o Anhangabaú. Buscamos ali uma teatralidade em que ficção e realidade estivessem intimamente misturadas; Apostamos em nossa matéria mais singular e primeira: o próprio CORPO. Apostamos na exposição dos nossos corpos de artistas, nas capacidades de criar, nas nossas fragilidades. Despimo-nos, entortamos, adoecemos, caímos. Permitimo-nos esgotar, para possibilitar o surgimento de um novo corpo capaz de dar forma às questões que emergiram durante todo o processo de pesquisa e que estavam em ponto de ebulição, querendo virar história para ser contada, querendo virar encontro. Notícias de jornal, dramas do anonimato, sensacionalismo de TV, os esgotamentos do cotidiano, passearam por nossas mãos e imaginários e viraram disparadores para a dramaturgia. Bebemos deles, criamos nossas figuras alegóricas e com elas saímos às ruas. Nossos corpos- figuras passaram a habitar a Rua Formosa e suas imediações. E do fluxo vivo deste espaço, sob o sol entre o embate e o acolhimento, nosso espetáculo foi ganhando esqueleto, contorno e vida. Pouco a pouco nossas “figuras” foram encontrando seus duplos, suas imagens e semelhanças naquele espaço.
“Em caso de emergência Quebre o Vidro!” Não nasceu com a intenção de ser uma resposta, mas sim um alerta, um convite a saída de um estado anestésico ao qual vivemos, uma convocação a mexer-se. Nasce do desejo de pertencer, de ter liberdade, de ser arte pública e parte da vida das pessoas. Nasce do nosso desejo de errar, de pedir socorro quando preciso e de quebrar o vidro quando necessário.

FICHA TÉCNICA 

Direção: Renata Lemes

Assistente de direção:Iarlei Rangel

Dramaturgia:Solange Dias

Direção Musical :Charles Raszl

Atores pesquisadores: Alexandre Krug, Antonia Mattos, Dudu Oliveira, Edi Cardoso e

Jordana Dolores

Orientação coreográfica: Verônica Santos

Figurino e cenografia: Yuri Yamamoto e Deyvson Freitas

Bonecos: André Mello

Orientador de estudos teóricos:DanichiHausenMizoguchi

Produção: Rafael Procópio



“TAIÔ”




foto:Larissa Alves


Nesta montagem a Cia do Miolo investiga a possibilidade da construção de asas, enquanto metáfora da potencialidade humana. Música e poesia se encontram para ressoar a voz de um povo-pombo cansado de migalhas no chão que descobre suas asas para tentar alçar longos vôos. O espetáculo inicia-se com cenas quânticas em que as figuras/atores dirigem-se a uma pessoa ou a pequenos grupos e ali dialogam, apresentam suas questões, convidam o espectador.
Voar como pipas, que desbicam ao sabor do vento e que, mesmo “taiados”, resurgem novos e coloridos neste imenso lençol azul que é o céu.  Homem, bicho, criança, mulher, passarinho, juntados de pedaços, caminham em busca do sol. 




O DOENTE IMAGINÁRIO







Nesta adaptação para o teatro de rua da obra de Molière “O Doente Imaginário”, a Companhia do Miolo, inverte a narrativa para se utilizar dos elementos da rua e do público
como parte da história.
Tudo começa quando o público defronta-se com um cortejo. A família triste segue seu caminho com o objetivo enterrar o patriarca Barão Argan. Mas nem tudo está acertado. O Barão foi traído!!!

O espetáculo se inicia por onde Molière termina: A morte do Barão.
Ninguém sabe de quem é a culpa e os personagens resolvem reconstituir todos os passos do barão no seu último dia de vida, convidando o público a achar o culpado.
Para isso cada personagem vai se travestir de barão e contar a história do seu ponto de vista.  O que se vê, a seguir, é uma seqüência de confusões, onde os pequenos conflitos sociais vêm à tona por meio de uma lente de aumento que persegue cada ação dos personagens.
Mentiras, intrigas, desejos de poder, dissimulação e ganância ratificam a atualidade do texto e confirmam a relevância para a encenação desta comédia nos dias de hoje, que faz rir, pensar e privilegia nosso personagem principal: O Público!!!!!





É DE CANTAR E DE BRINCAR



O Espetáculo Infantil “É de Cantar e de Brincar” da Companhia do Miolo, é fruto de uma pesquisa sobre brincadeiras, canções e histórias de nossas infâncias. São experiências que habitam o nosso imaginário, que passam por muitas gerações, por meio da narrativa oral e preservam o espírito de coletividade, liberdade e tradição. A partir dessa pesquisa foi possível compreender também as mudanças e dinâmicas que permeiam as diversas imagens do universo infantil: O amigo imaginário, a roda, a troça, a narrativa (ouvir e contar histórias) as canções e poemas que dão significado ao cotidiano da criança. Assim, a Companhia adentra nesses pequenos mundos e ao mesmo tempo em que descobre, revela ao espectador a beleza e graça de um encontro entre um novo e um
velho tempo.

A partir de histórias, canções e brincadeiras da década de 20, 30 e 40, a Cia do Miolo retoma o Universo Infantil de nossas memórias.
Apresentado por 4 velhinhas  o espetáculo “É de Cantar e de Brincar” convida com muita graça , poesia e beleza a criança e o adulto a participar,recordar e aprender!
“O Mundo começa e recomeça como um novelo de lã”
Público Alvo: Crianças a partir de 3 anos.

FICHA TÉCNICA
Concepção e Pesquisa
Cia do Miolo

Preparação Corporal
Cuca Bolaffi

Direção Musical
Cristiano Gouveia

Elenco
Edi Cardoso
Hárley Nóbrega
Pablo Perosa
Renata Lemes


AO LARGO DA MEMÓRIA 





A Companhia do Miolo realiza neste trabalho, a trajetória das ruas da cidade, por meio de quadros que apresentam sua história, construções, relações de trabalho, consumo e como numa galeria de figuras-personagens vai apresentando a formação dessas ruas e desse povo brasileiro que vive nas metrópoles. Instigado em sua memória e imaginação o espectador vai entrando num universo de passado, presente e futuro e vai encontrando na rua a sua própria identidade, vendo-se como parte desse universo. Ao largo da memória traz trabalhadores da rua, gente que passa, as mudanças de tempo e povoamento e principalmente traz a própria rua, como personagem principal dessa cidade para dizer: as ruas têm alma.
Pesquisa
O grupo escolheu como tema de criação o espaço urbano, ou seja, estudou a formação da cidade de São Paulo por meio de mapas, bibliografias históricas e de depoimentos sobre como eram as ruas da cidade. Esses depoimentos foram recolhidos dentre pessoas que foram crianças nos anos 20, 30 e 40 do século passado. Partindo dessas memórias, o grupo buscou imagens que foram trabalhadas artisticamente criando um espetáculo capaz de mobilizar sentimentos, lembranças e o espírito crítico de nosso público alvo, ou seja, os transeuntes, passantes, enfim  o Espectador de Rua.
 FICHA TÉCNICA:
Direção

Fábio Resende
Dramaturgia
Alexandre Krug
Direção Musical
Ana Fridman
Cenário /Figurino/Adereços
Silvana Marcondes
Elenco
Adriana Fortes
Alex Ramos
Izabel Lima
Renata Lemes
Harley Nóbrega
Produção
Edi Cardoso
Renata Lemes



ALICE


Nesta montagem,  o foco é pesquisar a cidade como cenário e agente dramatúrgico.A história de Lewis Carroll mostra a trajetória de uma personagem que, por pura curiosidade, cai na toca de um coelho - adentrando um universo de aventuras e surpresas.A Companhia do Miolo lança-se no percurso do país das maravilhas, encontrando, na cidade, as experiências e os desafios dessa menina. Aliás, dessas meninas!
No espetáculo da companhia, quatro Alices se desdobram para acompanhar o ritmo absurdo do espaço urbano: ali um coelho corre apressado, atarefado; camuflada num canteiro, uma lagarta guarda um segredo; o cortejo de uma rainha atravessa o samba; na esquina, o público é seduzido por promessas e ilusões.

Ali se vê tudo. Alice vê tudo.
Alice vai...








direção: Fábio Resende

elenco: Edi Cardoso,Lívia Lisboa, Luciana Gabriel, Maíra Lemes e Renata Lemes

figurino: Márcio Rodrigues e Rafaela Carneiro




AMORES NO MEIO FIO



“Amores no Meio-Fio” cria uma catadora de lixo que, como tantos anônimos pelas grandes cidades, inventa seus meios alternativos de sobrevivência. Mas esta mulher se dá o direito de procurar, pelas ruas, restos que possam alimentar - além do corpo - a sua alma, os seus sonhos, desejos e fantasias. Hermila recicla histórias, lembranças e sentimentos jogados no lixo, sobras de paixões. Recolhe em meio às latas, plásticos e papéis as cartas de amor abandonadas, renegadas, perdidas. Coleciona histórias que a façam buscar identidade, encontrar em si possibilidades de dar sentido à existência. Ela recria personagens, reaproveita restos de memórias e reconstrói, com um tanto de suas próprias emoções, as histórias de desconhecidos. Assim, vai percorrendo, por entre as linhas de tantos encontros e desencontros traçados, aquelas palavras que lhes dêem coragem para seguir pela dureza das ruas, por entre a frieza das pessoas, pelo constante desequilíbrio da vida - nesta procura por si, pelo encontro, pela experiência de amar.
O espetáculo navega entre o universo da realidade e o universo fantástico, construindo imagens que apresentam sempre uma relação exposta entre a percepção objetiva e subjetiva. Sambas também tecem a dramaturgia como se fossem cartas melódicas. Músicos e atores são as criaturas que remontam as histórias das cartas e completam o universo imaginário da personagem central. A dramaturgia foi inspirada em contos do livro “Amores Difíceis”, de Ítalo Calvino e no conto “Gente Decente” de Henrique Medina.

Pesquisa

Com o espetáculo “Amores no Meio-Fio”, a Companhia aprofunda seu trabalho voltado para o espaço público. Compreendemos a rua como o espaço público fértil e propício para o encontro com o espectador contemporâneo, tanto estética quanto politicamente. O espaço público não somente possibilita o acesso a todos, como também oferece a cidade como cenário e agente esteta. Neste sentido, entendemos que o teatro pode criar fissuras, nestas ruas “de passagem”, gerando ações de resistência que reestabeleçam seu sentido de sensibilização, de troca, de expressão. Deste modo, a Companhia segue, neste trabalho, explorando as relações do corpo, da dramaturgia, da música e das composições plásticas no espaço urbano.
A música, característica central do espetáculo, é composta a partir do repertório de sambas. Alguns deles mais conhecidos, provocam empatia, e outros menos populares, suscitam curiosidade. Interessa, à Companhia, trazer este repertório nos dias atuais, para costurar memória e contemporaneidade.

Os sambas atuam como cartas-melódicas e expressam os múltiplos desencontros amorosos, ao mesmo tempo que preenchem o espaço de uma poética que surpreende o passante, como um bloco carnavalesco que explode em sons e cores, gerando um espaço de exceção no cotidiano das grandes cidades. Na pesquisa que deu origem ao repertório do espetáculo, revisitamos sambas antigos de Lupicínio, de Cartola, de Noel Rosa, e descobrimos novos compositores, como Eduardo Gudin e Heron Coelho, que tão bem retratam as questões dos amores vividos na urbanidade brasileira. Os sambas, portanto, nos revelaram, além das histórias de amor, a construção de uma brasilidade encontrada diariamente nas ruas por onde passamos. A alusão ao carnaval, às fantasias e às lembranças que as músicas resgatam, geram momentos coletivos de afeto e pertencimento.

Nestas escaladas do amor, onde as histórias debatem-se no risco, no desequilíbrio, na tentativa de subir ou na facilidade de despencar, a Companhia do Miolo escolhe as escadarias da cidade como o espaço que provoca as formas e conteúdos deste espetáculo.
As escadas são metáforas e realidade das histórias que ali se sucedem. São, também, o cenário ambiente que concretiza as ações. As cenas revelam, no espaço físico, suas questões, seus conflitos e dificuldades. A percepção do público também é deslocada para um ponto de vista de observação em desequilíbrio, fora do eixo. Não há o espaço horizontal onde tudo está sobre uma plataforma plana e estável: o espaço das cenas está “desalinhado”, exige atenção, está em relação ao “subir” ou “descer”. Hermila sonha em “subir”, mas é a única personagem que transita no pé da escada, na plataforma próxima ao público, fazendo a conexão entre realidade e fantasia. Já as personagens de suas cartas estão sempre na escadaria, em estado de instabilidade. Os degraus, plataformas e as diferenças e altura propiciam a criação de imagens, a partir desta relação entre realidade e ficção.


FICHA TÉCNICA:

Elenco:
Alexandre Krug
Edi Cardoso
Danielle Saliban
Juliana Osmondes
Renata Lemes

Músicos:

Daniel Oliveira e Rosa Barros (clarineta)
Gabriel Longhitano (Violão e voz)

Direção: Gustavo Kurlat














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